Em março de 2010 , Ivo Patarra ,publicou o livro " O CHEFE " . O livro conta uma detalhada história da CORRUPÇÃO durante o governo Lula , especificamente dos 13 meses do ESCÂNDALO DO MENSALÃO .
Ivo Patarra ( São Paulo ,8 de fevereiro de 1958 ) é jornalista e escritor . Ex- militante do Partido dos Trabalhadores , ele foi assessor de comunicação social da prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina ( 1989-1992) . Trabalhou na Folha de São Paulo , Folha da Tarde , Diário Popular e Jornal da Tarde .
Publicaremos os 21 capítulos do livro "O CHEFE" de Ivo Patarra , muito capítulos serão publicados em mais de uma postagem devido a quantidade de DENUNCIAS DE CORRUPÇÃO do governo PTRALHA .
Queremos com essa publicação aproximar o cidadão trabalhador da leitura investigativa e das DENUNCIAS envolvendo esse governo PTRALHA que tomou de ASSALTO o Palácio do Planalto . Muitos não conhecem esse livro e isso me lembra uma tirada de Carlos Lacerda que denunciava a CORRUPÇÃO discursando em cima de um caminhão ( caminhão do povo ) ;
"SE O POVO NÃO SABIA , AGORA ELES SABEM . "
Agradecemos ao jornalista e escritor Ivo Patarra , por ter coragem de denunciar essa ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA que chamamos de PTRALHAS .
Obs; As fotos e os vídeos publicados nas postagens não fazem parte do livro .
Boa leitura ;
Capítulo 6
Os 403 dias que marcaram
o escândalo do mensalão
Jaques Wagner governador da Bahia |
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11/9/2005 O ministro Jaques Wagner (PT-BA), das Relações Institucionais, reúne-se reservadamente com Severino Cavalcanti (PP-PE). O encontro ocorre na residência oficial do presidente da Câmara, antes de uma entrevista que seria concedida por Severino. Durante o encontro, Jaques Wagner pede-lhe que tenha cautela nas declarações aos jornalistas. Quer evitar desmentidos posteriores. O governo Lula continua dando respaldo a Severino. Do ministro:
- O governo decidiu que não vai fazer prejulgamento e vai esperar a apuração da denúncia.
Trecho da entrevista de Severino Cavalcanti:
- O governo tem certeza absoluta de que não estou dentro desse enlameado que tentaram lançar em meu nome.
Reação do empresário Sebastião Buani, ao dizer que até pouco tempo atrás era bem-vindo no gabinete de Severino Cavalcanti:
- Ele não falou da ligação que tinha comigo, por que ia lá no restaurante, o tanto que me ligava. Se quebrarem o sigilo telefônico, vão estranhar por que um primeiro-secretário liga tanto para um concessionário.
A CPI dos Correios divulga levantamento parcial obtido com a quebra de sigilos telefônicos de 2003 a 2005. Os dados apontam três deputados envolvidos no escândalo do mensalão, trocando telefonemas com a SMPB, a agência de Marcos Valério usada para repassar dinheiro de caixa 2.
São eles: Professor Luizinho (PT-SP), com 13 ligações telefônicas, inclusive no dia 23 de dezembro de 2003, data do saque de R$ 20 mil atribuído a ele, na agência da avenida Paulista do Banco Rural, em São Paulo. Sandro Mabel (PL-GO) manteve nove conversas telefônicas. Ele é acusado de ter oferecido dinheiro para a deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) mudar de partido. E José Janene (PP-PR) teria usado telefone celular para conversar com Valério.
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12/9/2005 Renuncia o deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ). Ele abre mão do mandato para evitar processo de cassação e eventual inelegibilidade. É acusado de ter recebido R$ 400 mil do valerioduto. Nega. Diz ter sacado R$ 250 mil, apenas para quitar dívidas referentes ao segundo turno da campanha que elegeu Lula em 2002. Na época, Carlos Rodrigues era presidente do PL no Rio. Ele faz referência ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto (SP), que também renunciara:
- Fui chamado pelo Valdemar para apoiar o presidente Lula. Apoiei, fiz dívida do partido, e o Valdemar mandou eu receber o dinheiro em dezembro de 2003.
Depois de almoçar com Lula, o ministro Jaques Wagner (PT-BA) desmente boatos de que o governo iria pedir ao PT e ao aliado PSB para não assinarem representação contra o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE):
- Não vou pedir. A decisão cabe a cada presidente de partido.
No período da tarde, o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), que já anunciara a decisão de assinar representação contra Severino, tem encontro com Jaques Wagner e o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Henrique Fontana volta atrás. Diz o ministro Wagner:
- Prevaleceu o bom senso.
O deputado José Janene (PP-PR) não usa meias palavras:
O empresário Sebastião Buani entrega à Polícia Federal extrato de sua conta bancária. Mostra um saque de R$ 40 mil, efetuado em 4 de abril de 2002. O dinheiro teria sido usado para pagar propina ao deputado Severino Cavalcanti. A retirada foi no mesmo dia em que Severino assinou documento com autorização para o funcionamento do restaurante Fiorella.
Em depoimento à Polícia Federal, três empregados do Fiorella confirmam que levaram dinheiro para as secretárias de Severino, a pedido de Sebastião Buani. O maître José Ribamar da Silva fez duas entregas. Ele cita a filha do empresário, Gisele Buani:
- Levei pacotes com dinheiro para a secretária. Não sabia quanto, porque estava lacrado, mas Gisele pedia para ter cuidado porque continha dinheiro.
O garçom Hélio Antônio da Silva levou três "encomendas":
- Não posso dizer que era para Severino, mas a recomendação foi que eu entregasse na primeira-secretaria.
O garçom Rosenildo Francisco Soares fez o serviço uma vez:
- Sabia que era dinheiro, mas para que, eu não sabia.
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13/9/2005 O publicitário Duda Mendonça anuncia o pagamento de R$ 4,3 milhões para regularizar a situação dele junto à Receita Federal. A quantia seria o total de tributos sonegados pela Dusseldorf, a empresaoffshore aberta pelo marqueteiro de Lula no paraíso fiscal das Bahamas. Com o envio da declaração retificadora do Imposto de Renda, o publicitário pretende impedir eventual condenação por crime de sonegação fiscal.
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14/9/2005 A Câmara dos Deputados cassa Roberto Jefferson (PTB-RJ). A interrupção do mandato do deputado, autor da denuncia do mensalão, é endossada por 313 parlamentares. Outros 156 votam contra. Há ainda 13 abstenções, cinco votos em branco e dois nulos. O petebista fica inelegível até 2015. Em discurso de 42 minutos, Roberto Jefferson acusa Lula de ser um presidente relapso. "Se ele não praticou o crime por ação, pelo menos por omissão". Roberto Jefferson afirma que tomou providências, assim que soube do esquema de pagamento da propina a deputados:
- Fiz uma peregrinação. Ao José Dirceu, como ministro-chefe da Casa Civil, falei isso umas dez vezes. Falei ao Ciro. Depois nós descobrimos que o Márcio, secretário-executivo do Ministério, tinha recebido do Marcos Valério R$ 500 mil para saldar contas de campanha. Mas falei ao Ciro, com lealdade. Ele disse: "Eu não acredito nisso". Falei ao ministro Miro Teixeira. Falei com o presidente.
Com a língua afiada, sua melhor característica, Roberto Jefferson ataca:
- Tirei a roupa do rei, mostrei ao Brasil quem são esses fariseus, mostrei ao Brasil o que é o governo Lula.
- Rufiões da pátria, proxenetas do parlamento. Este é o governo mais corrupto que testemunhei nos meus 23 anos de mandato, o mais escandaloso processo de aluguel de parlamentar.
- Meu conceito do presidente é que ele é malandro, preguiçoso. O negócio dele é passear de avião. Governar que é bom, ele não gosta.
Roberto Jefferson não perdoa o ex-ministro José Dirceu (PT-SP):
- O PT não tem projeto de governo. Eu quero dizer o PT, esse Campo Majoritário e essa cúpula que assaltou o Brasil. Rato magro, hein? Quem nunca comeu mel quando come se lambuza. Rato magro. PC Farias é aprendiz de feiticeiro ante essa gente que assaltou o Brasil. Rato magro. Mas eu nunca bati no peito para dizer que eu sou o paladino da ética e o campeão olímpico da moralidade. Todo fariseu e farsante emprega culpa ao adversário como se fosse um biombo para esconder os seus defeitos.
- O presidente escolheu o ministro José Dirceu como uma espécie de Jeany Mary Corner, o rufião do Planalto, para alugar prostitutas, algo que ele entendia poder fazer na Câmara dos Deputados. Tratou esta Casa como se fôssemos um prostíbulo.
O empresário Sebastião Buani apresenta prova contra o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Entrega à Polícia Federal cópia de um cheque de R$ 7.500, em nome de Gabriela Kênia Martins, secretária de Severino. O dinheiro foi sacado em 30 de julho de 2002 e é indício de extorsão, crime de concussão praticado pelo deputado. Diz Buani:
- Este cheque foi entregue ao deputado no restaurante. Ele ia quase diariamente almoçar e ali dava o aperto. "Não esquece que hoje nós temos uns compromissos, não vai me deixar na mão". Ele sempre dava um toque. Não deixa de ser um arrocho.
Naquele mês, período de férias no Congresso, o empresário alegou dificuldades para repassar o combinado a Severino, em razão do baixo movimento. Severino não quis saber. Falou assim, segundo Sebastião Buani:
- Você tira da sua conta na Suíça.
Na Polícia Federal, a secretária Gabriela Kênia Martins confirma o saque de R$ 7.500. E, como última tentativa de livrar Severino Cavalcanti, apresenta versão de que o dinheiro foi doação de Sebastião Buani ao próprio filho do deputado, Severino Cavalcanti Ferreira Júnior, morto depois em acidente de trânsito. Naquele ano, ele disputava uma vaga de deputado na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Sebastião Buani nega.
Na hoste do PT, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), comenta a situação:
- Severino não aceita a hipótese de não trabalhar para esclarecer a verdade.
A frase é enrolada mesmo. Leia assim: Severino rejeita a hipótese de esclarecer a verdade.
A verdade, do mesmo dia 30 de julho de 2002: a secretária Gabriela Kênia Martins transferiu R$ 6.800 para a conta de Severino, após fazer a retirada dos R$ 7.500. Severino Cavalcanti pegou dinheiro de Sebastião Buani.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim, concede liminar e impede o Conselho de Ética da Câmara de abrir processos contra seis deputados do PT, todos acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. Nelson Jobim argumenta que os parlamentares não tiveram o direito a defesa prévia. Na prática, a decisão dá mais tempo para os deputados renunciarem aos mandatos, a fim de preservarem os direitos políticos. Os beneficiados: Paulo Rocha (PA), Josias Gomes (BA), João Magno (MG), João Paulo Cunha (SP), Professor Luizinho (SP) e José Mentor (SP).
A boa notícia se espalha e, sem perder tempo, outros deputados mensaleiros também entram com o mesmo mandado no STF. São eles: José Dirceu (PT-SP), José Janene (PP-PR), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Vadão Gomes (PP-SP), José Borba (PMDB-PR) e Wanderval Santos (PL-SP).
Com base na liminar do STF, a Mesa Diretora da Câmara decide dar mais tempo para a defesa dos deputados acusados. Adia por cinco sessões a abertura dos processos de cassação. No segundo mandato de Lula, Nelson Jobim (PMDB-RS) será nomeado ministro da Defesa.
Em depoimento à CPI do Mensalão, o presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), afirma que o chefe de gabinete da liderança do partido, João Cláudio Genu, sacou apenas R$ 700 mil das contas de Marcos Valério. Segundo Valério, João Cláudio Genu recebeu R$ 4,1 milhões, entre setembro de 2003 e julho de 2004. Diz Pedro Corrêa:
- Nenhum outro saque feito por Genu nas agências do Banco Rural era do conhecimento do partido, nem foi autorizado pelo partido. Se houve saque, o dinheiro foi para pessoas que eu não conheço.
O dinheiro, pelo jeito, sumiu. Explicação de Corrêa para os R$ 700 mil:
- O Genu foi duas vezes ao Banco Rural sacar dinheiro para pagar os serviços do advogado Paulo Goyaz, que defendeu o deputado Ronivon Santiago em 36 ações.
Ronivon Santiago (PP-AC) ficou famoso com a confissão de que vendera por R$ 200 mil o voto a favor da emenda da reeleição, o que permitiu ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) concorrer novamente ao Palácio do Planalto, em 1998. Pedro Corrêa, por sua vez, informa que os tais R$ 700 mil do valerioduto não tiveram registro na contabilidade do partido. Nem quitaram dívidas de campanha eleitoral, como se vê. De Pedro Corrêa:
- Não foi contabilizado porque o PT não esclareceu quem era o doador.
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15/9/2005 Relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) entregue à CPI dos Correios aponta "irregularidades graves" em 15 de 54 contratos dos Correios. A auditoria encontrou indícios de favorecimento à empresa Novadata, do empresário Mauro Dutra, o "Maurinho", amigo do presidente Lula, no valor de R$ 3,4 milhões. O consórcio Alpha, do qual a Novadata também faz parte, teria sido beneficiado irregularmente com R$ 5,5 milhões.
Há indícios de superfaturamento de R$ 53 milhões no contrato com a Skymaster, responsável pelo transporte de cargas para os Correios, e de irregularidades na compra de 1.500 cofres da empresa Conan, com pagamento indevido de R$ 4,8 milhões. A SMPB, de Marcos Valério, foi apontada por cometer sete infrações no contrato com os Correios. Entre elas, recebimento de comissões sem a prestação de serviços, superfaturamento na aquisição de bens e prestação de serviços e subcontratações sem justificativas contratuais.
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19/9/2005 Lula reúne-se a portas fechadas com o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE). A conversa leva uma hora. O Palácio do Planalto não permite que a reunião seja fotografada. Severino entrou pela garagem, para evitar ser visto em público. Do que transpira do encontro, Severino Cavalcanti recebeu garantias do presidente de que o ministro das Cidades, Márcio Fortes (PP-RJ), será mantido no cargo. A indicação de Severino continuará valendo durante o segundo mandato de Lula.
O presidente da Câmara vai renunciar. Da mesma forma que Márcio Fortes, José Maurício Valadão Cavalcanti, filho de Severino, permanecerá no posto de superintendente federal de Agricultura em Pernambuco. Continuarão empregados em cargos de confiança na Câmara, ainda, os seguintes parentes de Severino: Olga Maria, nora; Catharina, filha; Marlene Cavalcanti, irmã; e Rafaella, neta. Todas com vencimentos entre R$ 1.600 e R$ 7.500.
O TCU (Tribunal de Contas da União) divulga resultado de auditoria que apontou indícios de lucros excessivos por parte da GDK, a empresa contratada pela Petrobras que ficou famosa ao dar um jipe Land Rover de presente ao ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira. Auditores do TCM encontraram indícios de superfaturamento de R$ 7,2 milhões, e sobrepreços de outros R$ 48,9 milhões. O suspeito "lucro excessivo" também foi obtido por despesas financeiras em duplicidade, direcionamento de licitação e falhas na elaboração de orçamentos em dois contratos de R$ 160 milhões.
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20/9/2005 Em depoimento conjunto às CPIs dos Correios, do Mensalão e dos Bingos, o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o "Toninho da Barcelona", acusa conluio entre a corretora Bônus-Banval, Marcos Valério, PT e PP. Condenado a 25 anos por lavagem de dinheiro, Toninho da Barcelona chega à sessão algemado e protegido por forte esquema de segurança. Ele levanta dúvidas sobre os empréstimos que Marcos Valério e Delúbio Soares dizem ter tomado nos bancos Rural e BMG. Diz o doleiro:
- Esse tipo de operação é comum nos casos em que as partes interessadas desejam esquentar dinheiro de origem ilícita.
Para Toninho da Barcelona, os empréstimos seriam uma forma de "esquentar" o dinheiro que Marcos Valério e o PT já dispunham no exterior. O montante teria ingressado no Brasil pelo Trade Link Bank, um braço do Banco Rural que faz operações com empresas offshore.
Toninho da Barcelona afirma que Dario Messer, "o principal doleiro do PT", enviava a moeda norte-americana do Panamá. A Barcelona Tour trocava os dólares por reais e entregava os valores convertidos à Bônus-Banval, cujo dono, Enivaldo Quadrado, era "amigo íntimo" do deputado José Dirceu.
A corretora transferia o dinheiro para pessoas indicadas pelo PT e pelo PP, principalmente ao deputado José Janene (PP-PR). Toninho da Barcelona afirma ter trocado US$ 2 milhões, a pedido de Dario Messer, entre 3 de setembro e 9 de outubro de 2002. Era o auge da campanha que elegeu Lula. A bolada, convertida em reais, rendeu cerca de R$ 7 milhões. Diz o doleiro:
- Esse dinheiro teve como destino a Bônus-Banval.
Toninho da Barcelona levanta suspeita contra o deputado José Mentor (PT-SP), relator da CPI do Banestado, que não o chamou para ser ouvido pela comissão. Os doleiros Dario Messer e Vivaldo Alves, o "Birigui", tampouco prestaram depoimento. Para Toninho da Barcelona, José Mentor procurou proteger o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP-SP), em troca do apoio dele a Marta Suplicy (PT-SP), que disputava o segundo turno da reeleição à Prefeitura de São Paulo, em 2004:
- O Mentor sabia que eu podia citar o Birigui como operador do Maluf, e aí as coisas poderiam se complicar.
O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) também é citado pelo doleiro. Toninho da Barcelona afirma que trocou dólares para Marcos, filho de Devanir, então vereador em São Paulo. As operações ocorreram entre julho e setembro de 2002. Na sessão, Devanir procura intimidar o doleiro, ameaçando processá-lo.
Em resposta, Toninho da Barcelona enumera repasses feitos ao filho Marcos: US$ 30 mil em 10 de julho, US$ 25 mil em 17 de julho, US$ 20 mil em 5 de agosto, US$ 8,5 mil em 9 de agosto, US$ 10 mil em 10 de agosto e US$ 35 mil em 30 de setembro. Total: US$ 128,5 mil.
Parte do depoimento de Toninho da Barcelona é fechada ao público e restrita a apenas cinco parlamentares. O doleiro relata o que ouviu do doleiro Najun Turner, com quem ele estava preso na mesma cela. Os representantes do povo ouvem que o PT teria entregado R$ 8 milhões ao deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), em troca do seu apoio ao governo Lula.
Segundo o doleiro, a quantia foi paga nos meses de março e abril de 2005, após a eleição de Severino Cavalcanti à presidência da Câmara dos Deputados. De fato, o deputado foi eleito pela oposição, que pretendia derrotar Lula ao vencer o governista Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), candidato do Palácio do Planalto a dirigir o Legislativo. Depois, porém, Severino bandeou-se para o lado do presidente da República.
Toninho da Barcelona diz que foram dois depósitos para Severino: um de R$ 5 milhões, providenciado pelo esquema de Marcos Valério, e outro de R$ 3 milhões, intermediado por Dario Messer. O dinheiro teria sido repassado ao deputado José Janene (PP-PR).
O doleiro abordou o esquema de corrupção em Santo André (SP). Segundo Toninho da Barcelona, o dinheiro proveniente da propina paga por empresas de ônibus era depositado num banco nos Estados Unidos.
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21/9/2005 Renuncia o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Ao abrir mão do mandato, evita a inelegibilidade até 2015, em caso de cassação. "Voltarei. O povo me absolverá", diz ele, adaptando o título do livro de Fidel Castro, A História me Absolverá. Severino anuncia que disputaria as eleições de 2006. De fato, ele iria concorrer, mas não se elegeria deputado. Em 2008, seria eleito prefeito de João Alfredo (PE). No discurso de despedida da Câmara, Severino ataca os jornalistas:
21/9/2005 Renuncia o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Ao abrir mão do mandato, evita a inelegibilidade até 2015, em caso de cassação. "Voltarei. O povo me absolverá", diz ele, adaptando o título do livro de Fidel Castro, A História me Absolverá. Severino anuncia que disputaria as eleições de 2006. De fato, ele iria concorrer, mas não se elegeria deputado. Em 2008, seria eleito prefeito de João Alfredo (PE). No discurso de despedida da Câmara, Severino ataca os jornalistas:
- Sempre defendi a liberdade de imprensa. Mas, em nosso País, liberdade de imprensa tem sido a porta aberta para suspeitas sem comprovação, para acusações sem provas, para a destruição de reputações. Liberdade de imprensa, sim, mas o rigor da lei para os que enxovalham sem qualquer limite a honra e a dignidade alheias.
Das galerias da Câmara, os estudantes gritam:
- Vai embora, Severino, seu corrupto!
Seguranças entram em ação para esvaziar o recinto. Os estudantes, em coro:
- É mensalinho, é mensalão, queremos verbas para a Educação!
E mais, em ritmo de chacota:
- Congresso do mensalão, não vai prender nenhum ladrão!
Em depoimento à CPI dos Bingos, Jorge Luiz Dias, funcionário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, acusa o ex-deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ), que renunciou ao mandato para evitar a cassação. É o caso do "mensalinho invertido".
Segundo ele, Carlos Rodrigues, um ex-bispo e ex-coordenador político da Igreja Universal do Reino de Deus, exigia de R$ 10 mil a R$ 15 mil mensais, de 22 deputados federais e 29 estaduais, em troca de apoio. Funcionários dos deputados também eram obrigados a contribuir. Jorge Luiz Dias diz que Carlos Rodrigues faturava uma média de R$ 630 mil por mês.
Presente à sessão, Carlos Rodrigues nega as acusações, mas admite a força da Igreja Universal nas eleições:
- Um político com apoio da igreja salta do carro e tem 2 mil, 5 mil pessoas que dizem amém. O pastor diz: "Este é meu candidato, quero que vocês votem nele. Não quero só seu voto, mas os de sua família, seu pai, sua mãe, seu irmão, empregado e de seu patrão". Todos levantam a mão.
De acordo com Jorge Luiz Dias, Waldomiro Diniz e Carlos Rodrigues montaram um esquema de corrupção na Loterj, a estatal que administra as loterias no Governo do Rio. O esquema funcionava em conjunto com agências de publicidade e casas de bingo.
Uma das agências, a JOB Niterói, teria recebido R$ 134 mil por mês, durante um ano, para colar cartazes do jogo da raspadinha nas ruas. Parte do dinheiro, porém, voltava para o esquema. Jorge Luiz Dias confessa ter entregado o dinheiro a Carlos Rodrigues:
- Eu pegava os cheques, sacava e entregava o dinheiro na mão dele.
Durante o período em que Waldomiro Diniz presidiu a Loterj, os gastos da estatal fluminense com publicidade subiram de R$ 7,5 milhões para R$ 17,1 milhões, e chegaram a comprometer 34% da arrecadação da estatal. Em troca da autorização para abrir 13 casas de bingo, por sua vez, a dupla Waldomiro/Carlos Rodrigues teria recebido propina de R$ 1 milhão por mês.
A CPI dos Correios divulga relatório que aponta perdas de R$ 9 milhões em seis fundos de pensão, em decorrência de operações de compra e venda de títulos públicos. Suspeita-se que os prejuízos foram intencionais e têm relação com dinheiro do caixa 2 do PT.
As operações com saldos negativos estão concentradas em 12 corretoras. Entre elas, a Bônus-Banval, envolvida no escândalo do mensalão. Operações com a Bônus-Banval deram prejuízos de R$ 708 mil ao Geap, o fundo dos funcionários públicos federais.
O maior prejuízo detectado é da ordem de R$ 4,4 milhões e atingiu o Serpros, o fundo dos funcionários da estatal de processamento de dados. O segundo maior é o do Geap, com perdas atualizadas de R$ 2,2 milhões. E em terceiro lugar no ranking dos maus investimentos aparece o Portus, dos funcionários portuários, com perdas estimadas agora em R$ 846 mil.
O TCU (Tribunal de Contas da União) divulga os resultados de auditoria realizada no contrato da Câmara dos Deputados com a agência de publicidade SMPB. Responsabiliza o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, por prejuízos de R$ 252 mil aos cofres públicos. O contrato investigado rendeu R$ 21,9 milhões à agência de Marcos Valério.
O relatório sugere que Cunha, diretores da Câmara e a SMPB devam ser obrigados a devolver os R$ 252 mil, devidamente corrigidos, pagos à empresa IFT (Ideias, Fatos e Texto), do jornalista Luís Costa Pinto. Subcontratada pela SMPB, a IFT não teria prestado os serviços para os quais foi paga.
Outro problema constatado diz respeito a pesquisas de opinião feitas pela Vox Populi, igualmente subcontratada pela SMPB, por R$ 757 mil. Foram incluídas perguntas de cunho político. Usaram dinheiro público para obter uma avaliação sobre o envolvimento do ex-ministro José Dirceu (PT-SP) no caso Waldomiro Diniz, e fizeram perguntas sobre a popularidade do então presidente da Câmara, João Paulo Cunha.
Entre as irregularidades listadas, o uso do contrato com a agência de Marcos Valério para executar obras de construção civil nos estúdios da TV Câmara. A prorrogação do contrato entre a Câmara dos Deputados e a SMPB também foi considerada indevida.
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22/9/2005 Em depoimento ao juiz Paulo Alberto Sarno, da 2ª Vara Federal de São Paulo, o doleiro Vivaldo Alves, o "Birigui", acusa o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP), de ter enviado ilegalmente US$ 161 milhões para os Estados Unidos. Birigui admite ter aberto em 1998 a conta Chanani, no Safra National Bank, em Nova York, mas a sua movimentação seria feita por Maluf.
De acordo com o doleiro, a conta foi aberta a pedido de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito. Pai e filho estão presos na carceragem da Polícia Federal em São Paulo há 12 dias. Ambos são acusados de tentar impedir o depoimento de Birigui no processo que investiga Maluf por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão fiscal e formação de quadrilha.
Além da conta Chanani, Birigui denuncia a abertura de outras duas contas bancárias no exterior, a pedido de Flávio Maluf. Segundo o doleiro, de uma das contas foram transferidos US$ 5 milhões para o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha derrotada de Paulo Maluf a governador de São Paulo, em 1998.
Conforme o Ministério Público, Paulo Maluf e parentes dele enviaram outros US$ 446 milhões para a Suíça. Os promotores responsáveis pela investigação das atividades do ex-prefeito afirmam que a origem do dinheiro estaria no desvio de verbas públicas da Prefeitura de São Paulo, de 1993 a 1996, durante a gestão do por ora prisioneiro federal.
Paulo Maluf, aliado do presidente Lula, ficaria preso por 41 dias.
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24/9/2005 A revista Isto É publica entrevista com Soraya Garcia, assessora financeira do PT de Londrina (PR) nas eleições de 2004. Ela trabalhou no comitê de reeleição do prefeito Nedson Micheletti (PT). A reportagem de Luiz Cláudio Cunha trata do esquema de aluguéis de automóveis para a campanha política. Soraya Garcia denuncia 17 notas em nome da Yaktur, empresa de turismo de São Paulo, e da Gtech, multinacional norte-americana envolvida no escândalo da renovação de um contrato de R$ 650 milhões com a Caixa Econômica Federal. Existe suspeita de extorsão e cobrança de propina na assinatura do contrato, crimes nos quais haveria a participação de dois importantes personagens da era Lula, Waldomiro Diniz e Rogério Buratti.
Os automóveis foram alugados para uso de assessores da campanha de Micheletti. A coisa enrolou quando um deles, Rafael Silva, ex-presidente da União Londrinense de Estudantes Secundaristas, bateu o carro. Isto É relata:
"Em 10 de novembro de 2004, a Avis ligou para Soraya, no PT, cobrando R$ 200 do seguro pela batida leve num pára-lamas do Celta dirigido por Rafael. 'Eu não sabia dos carros, não eram pagos por mim'. Soraya, então, ligou para a Avis de Curitiba e, lá, informaram que o locador era a Yaktur. Na Yaktur, deram um número de telefone em Brasília para Soraya tratar do problema. Ela ligou e a voz do outro lado respondeu: 'SMPB, bom dia!'. Exposto o caso, a moça explicou: 'Meu chefe, o senhor Marcos, não está. Ele viaja muito', esclareceu, sem citar o nome Marcos Valério. Mas pediu que Soraya ligasse para o gabinete do então deputado Paulo Bernardo na Câmara. 'Foi com ele que fizemos o negócio. A gente ficou de pagar só o mês, sem cobrir batidas'."
Em outro caso envolvendo a campanha em Londrina, a revista aborda o depoimento do motorista Rogério Bicheri à Polícia Federal. Ele trabalhava para o PT na época e disse ter recolhido dinheiro vivo no apartamento de Zeno Minuzo, um assessor do ex-deputado e ministro do Planejamento de Lula, Paulo Bernardo (PT-PR). Palavras do motorista:
- Fui duas vezes lá, em setembro e em outubro de 2004, dirigindo o carro de Fábio Reali, assessor do prefeito. Estacionei e o Fábio voltou com 20 envelopes, todos com nomes de coordenadores e vereadores em campanha. Era coisa de uns R$ 50 mil. Ele botou dois envelopes no porta-luvas, e o resto debaixo do banco. Ele disse que dessa forma, se fôssemos roubados, levariam menos dinheiro.
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25/9/2005 O jornal Folha de S.Paulo publica entrevista do ex-ministro e deputado José Dirceu (PT-SP), concedida à repórter Mônica Bergamo. Ela pergunta quem são os responsáveis pela crise política. Com a palavra, Dirceu:
- Muita gente. Parece que eu fui presidente do PT sete anos sozinho, secretário-geral cinco anos sozinho, né? O PT não foi construído assim. Tem dezenas de dirigentes importantes que hoje são prefeitos, governadores, ministros, deputados e senadores que participaram da construção de toda essa estratégia comigo.
- E o presidente.
- E o próprio presidente da República. É isso o que eu digo. A responsabilidade é de todos nós. Nós temos que debater isso, num congresso do partido, e fazer o balanço.
- O senhor acha que o presidente da República assume a responsabilidade que tem?
- Não quero nominar ninguém. O que eu não aceito é prejulgamento, que foi tudo errado, que foi tudo um fracasso, que a política de alianças do PT estava errada. Tudo foi aprovado democraticamente.
José Dirceu responde se Lula participou das discussões:
- Participou. Todos participaram. Mas eu quero discutir e avaliar. Eu não quero julgar ninguém porque eu não quero que me prejulguem. O que não aceito é a imagem de que eu fiz tudo sozinho e depois apareceu Silvio Pereira, Delúbio Soares e Marcelo Sereno, que são o mal. Então corta esse mal e o PT está salvo. Isso é maniqueísta. E eu não mereço isso.
Outro trecho da entrevista:
- As pessoas que votaram no PT a vida inteira imaginavam que votavam num partido que tinha práticas diferentes.
- Esse é um erro e o PT vai pagar por ele. Nós vamos ter que pedir desculpas ao País. Nós assumimos compromissos na campanha eleitoral com partidos e repassamos recursos. Se fossem da arrecadação oficial do PT, não teria problema nenhum. Como foram recursos de empréstimos tomados num banco e foram repassados fora da prestação de contas, há uma ilegalidade aí que vai ser punida pela Justiça.
O próprio deputado indaga à repórter se será julgado pela política de alianças e o programa de governo de Lula. E ele mesmo responde:
- Então estão julgando Lula também. Tem de saber qual é o julgamento e qual é o grau de responsabilidade de cada um.
- E a responsabilidade política? As pessoas votam no Lula e ele não sabe de nada? É difícil acreditar que ele ignorava tudo.
- Não é isso. É que ele não tem responsabilidade. Eu não posso atribuir responsabilidade a ele no grau dele. O Lula tem responsabilidade política porque ele era líder do PT. Mas os graus são diferentes. Não posso atribuir a ele responsabilidade sobre o caixa 2. Aí eu não vou atribuir.
- Ele não tem responsabilidade como liderança?
- Isso é uma pergunta que tem de ser dirigida a ele. Eu não vou responder por ele.
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27/9/2005 Investigações da Receita Federal apontam suspeitas sobre o enriquecimento do publicitário Duda Mendonça. Em 2002, ano da eleição de Lula, os bens dele totalizavam R$ 6,8 milhões. Em 2004, chegaram a R$ 13 milhões líquidos, livres de dívidas e obrigações. Apesar do envolvimento de Duda Mendonça no escândalo do mensalão, ele mantém as contas publicitárias federais da Petrobras e do Ministério da Saúde.
O empresário Marcos Valério tinha R$ 5 milhões em 2002. Em 2004, no segundo ano do primeiro governo Lula, seu patrimônio chega a R$ 18,5 milhões. A movimentação financeira do empresário também impressiona. Passaram R$ 13 milhões por suas contas bancárias em 2003.
A Receita Federal vê indícios de sonegação de impostos de sete envolvidos no escândalo. São os deputados Romeu Queiroz (PTB-MG), Josias Gomes (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA), José Janene (PP-PR), Vadão Gomes (PP-SP) e os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Carlos Rodrigues (PL-RJ).
Romeu Queiroz declarou renda de R$ 420 mil em 2004, mas movimentou como pessoa física R$ 4,3 milhões, mais de dez vezes os rendimentos informados ao fisco. Josias Gomes declarou renda de R$ 33 mil em 2002. Depois que Lula se tornou presidente, passaram R$ 697 mil pelas contas do deputado em 2003, e R$ 678 mil em 2004. Em dois anos, 20 vezes mais.
Valdemar Costa Neto declarou renda de R$ 293 mil em 2002, mas movimentou R$ 827 mil. Carlos Rodrigues informou rendimento de R$ 446 mil, enquanto sua movimentação financeira chegou a R$ 1,8 milhão. A renda de João Paulo Cunha (PT-SP) e da mulher, Márcia Milanésio Cunha, subiu dos R$ 489 mil, declarados em 2002, para R$ 841 mil em 2004.
A Receita Federal descobriu mais: o deputado Paulo Fernando dos Santos (AL), presidente do diretório do PT de Alagoas, declarou renda de R$ 80 mil em 2004, mas movimentou R$ 1,3 milhão. O deputado Professor Luizinho (PT-SP) teve acréscimo patrimonial líquido de R$ 477 mil entre 2003 e 2004.
O deputado José Janene (PP-PR), estrela do escândalo do mensalão, declarou renda de R$ 565 mil em 2004. A movimentação financeira dele foi de R$ 1 milhão. O deputado Vadão Gomes (PP-SP), outro envolvido no escândalo, declarou renda de R$ 1,2 milhão em 2004. A Receita Federal apurou movimentação de R$ 2,8 milhões. E Jacinto Lamas, tesoureiro do PL, declarou R$ 495 mil em 2004. Movimentou R$ 1,9 milhão.
Ligações perigosas. O Jornal Nacional, da TV Globo, noticia as andanças do empresário Arthur Wascheck, tido como o mandante da gravação na qual o alto funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo propina de R$ 3 mil. Arthur Wascheck teria feito quatro depósitos, em dinheiro, no total de R$ 26 mil, ao então tesoureiro Delúbio Soares, entre 2003 e 2005.
Nota ; O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro ,EM 2012 julgou e condenou Waldomiro Diniz , á 12 anos de PRISÃO . Em 2013 esse mesmo Tribunal de Justiça reduziu a pena de Waldomiro Diniz , para 6 anos e 6 meses em regime semi aberto .
Não existe no Brasil um setor PUBLICO que não esteja ligado a CORRUPÇÃO .
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