Wálter Fanganiello Maierovitch
Linha de Frente
Al-Qaeda, Obama, FHC
05/06/2009 19:16:33
Wálter Fanganiello Maierovitch
Nos anos 90, a Al-qaeda colocou no ar o seu primeiro site de internet, de nome Al Neda. Por interpostos, a organização conseguiu o registro do site no Texas e em Cingapura. A meta de Osama bin Laden era, pela telemática e web, dar passo largo para arregimentar, doutrinar e propagar a jihad. Ou seja, infovias jihadistas em vez de doutrinação em madrassas e mesquitas.
Antes do trágico 11 de setembro e por meio de uma carta interceptada no Afeganistão pelos 007 norte-americanos, o chefe alqaedista avisara ao mulá Omar “que a batalha dos jihadistas se desenvolveria 90% no campo da propaganda”. Essa deliberação de Bin Laden, ainda em vigor, foi ecoada pelo segundo da cúpula alqaedista, Ayman al-Zawahiri. No livro Cavaleiros sob o Estandarte do Profeta, consta a seguinte advertência de Zawahiri: “Devemos transmitir a nossa mensagem às massas e romper a barreira de vedação do acesso midiático imposto ao movimento da jihad”.
Por estimativas dos serviços ocidentais de espionagem, cerca de 7 mil sites jihadistas estão hoje em operação. Anual-mente, 900 sites de perfil filo-alqaedista entraram no ar. O ciberterrorismo da Al-Qaeda adota a filosofia do “faça você mesmo”, a significar que ações violentas podem ser realizadas independentemente de consulta à cúpula.
Para Osama e Zawahiri, a “internet” é considerada mais potente do que uma “bomba” ou um camicase. Os jihadistas e fundamentalistas filo-alqaedistas frequentam fóruns de debates virtuais, participam de chats e recolhem informações e orientações. Pelo jeito, Khaled Ali, morador em São Paulo, pode ter sido um desses frequentadores de infovias jihadistas. Nesta semana, o jornalista Jânio de Freitas noticiou a sua prisão, numa operação secreta da Polícia Federal e a partir de aviso do FBI. Contra Khaled pesou inicial suspeita de ser integrante da Al-Qaeda.
Com preocupação, o presidente Barack Obama acaba de anunciar a criação de um escritório na Casa Branca para coordenar, com verba milionária, ações voltadas a proteger, de ataques piratas e terroristas, diferentes sistemas informatizados: controle do tráfego aéreo, bolsas de valores, bancos, etc. Em breve, Obama anunciará o nome do “ciberczar”, incumbido de evitar uma guerra virtual capaz de produzir tragédias reais. Paralelamente, Obama deu sinal verde para o Pentágono desenvolver um projeto de adestramento das forças armadas na chamada guerra digital, já desenvolvido pelos chineses.
Obama destacou os prejuízos econômicos experimentados em razão dos crimes cibernéticos: 8 bilhões de dólares nos dois últimos anos. Em 2007, o Pentágono abortou 44 mil tentativas de invasão dos seus sistemas por espiões, hackers ou ciberdiletantes. Como se percebe, Obama demonstra percepção aguda acerca do fenômeno que, se enfrentado com políticas inadequadas, provoca danos sociais.
A respeito de políticas desastrosas, chamou a atenção, no curso da semana, a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao diário inglês The Guardian. FHC propôs que seja feito aquilo que ele não quis fazer em dois mandatos presidenciais: a descriminalização do consumo de cocaína e maconha.
Quando presidente, FHC pediu regime de urgência ao Parlamento e sancionou lei a criminalizar e impor pena de prisão ao usuário. Nos estertores de seu mandato, publicou um arremedo de política sobre drogas, cópia carbonada da norte-americana. Sem ainda perceber que a questão, com relação ao usuário, é exclusivamente sociossanitária, FHC sustenta a descriminalização como alternativa ao fracasso da Guerra às Drogas. A descriminalização controlada era o discurso europeu progressista que FHC, no seu segundo mandato, tinha arrepios ao ouvir.
Incomodado com o prestígio internacional alcançado por Lu-la, o professor FHC criou a Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia. E escolheu a dedo os seus dois companheiros de direção, os ex-presidentes da Colômbia e do México, César Gaviria e Ernesto Zedillo.
Gaviria permitiu a consolidação do poder paralelo. No seu governo, Pablo Escobar gabava-se de haver dado emprego a 3 milhões de colombianos. Na “indústria da droga”, lógico. Gaviria entregou aos norte-americanos, que usaram como laranjas o Bloque de Búsqueda, a tarefa de resolver o problema Escobar. Logrou Gaviria mudar a Constituição para permitir a extradição de traficantes colombianos para os EUA, onde fazem acordos em troca de impunidade: confiram-se os Ochoa Vázquez.
À frente da OEA-Cicad (braço de drogas), Gaviria notabilizou-se pela omissão. Já o mexicano Zedillo cruzou os braços para a corrupção policial e assistiu à consolidação dos potentes cartéis mexicanos na fronteira com os EUA.
Pano Rápido. FHC, Gaviria e Zedillo são de comprovada cegueira sobre o tema das drogas. Mas, sem ruborizar, apresentam-se como guias.
Antes do trágico 11 de setembro e por meio de uma carta interceptada no Afeganistão pelos 007 norte-americanos, o chefe alqaedista avisara ao mulá Omar “que a batalha dos jihadistas se desenvolveria 90% no campo da propaganda”. Essa deliberação de Bin Laden, ainda em vigor, foi ecoada pelo segundo da cúpula alqaedista, Ayman al-Zawahiri. No livro Cavaleiros sob o Estandarte do Profeta, consta a seguinte advertência de Zawahiri: “Devemos transmitir a nossa mensagem às massas e romper a barreira de vedação do acesso midiático imposto ao movimento da jihad”.
Por estimativas dos serviços ocidentais de espionagem, cerca de 7 mil sites jihadistas estão hoje em operação. Anual-mente, 900 sites de perfil filo-alqaedista entraram no ar. O ciberterrorismo da Al-Qaeda adota a filosofia do “faça você mesmo”, a significar que ações violentas podem ser realizadas independentemente de consulta à cúpula.
Para Osama e Zawahiri, a “internet” é considerada mais potente do que uma “bomba” ou um camicase. Os jihadistas e fundamentalistas filo-alqaedistas frequentam fóruns de debates virtuais, participam de chats e recolhem informações e orientações. Pelo jeito, Khaled Ali, morador em São Paulo, pode ter sido um desses frequentadores de infovias jihadistas. Nesta semana, o jornalista Jânio de Freitas noticiou a sua prisão, numa operação secreta da Polícia Federal e a partir de aviso do FBI. Contra Khaled pesou inicial suspeita de ser integrante da Al-Qaeda.
Com preocupação, o presidente Barack Obama acaba de anunciar a criação de um escritório na Casa Branca para coordenar, com verba milionária, ações voltadas a proteger, de ataques piratas e terroristas, diferentes sistemas informatizados: controle do tráfego aéreo, bolsas de valores, bancos, etc. Em breve, Obama anunciará o nome do “ciberczar”, incumbido de evitar uma guerra virtual capaz de produzir tragédias reais. Paralelamente, Obama deu sinal verde para o Pentágono desenvolver um projeto de adestramento das forças armadas na chamada guerra digital, já desenvolvido pelos chineses.
Obama destacou os prejuízos econômicos experimentados em razão dos crimes cibernéticos: 8 bilhões de dólares nos dois últimos anos. Em 2007, o Pentágono abortou 44 mil tentativas de invasão dos seus sistemas por espiões, hackers ou ciberdiletantes. Como se percebe, Obama demonstra percepção aguda acerca do fenômeno que, se enfrentado com políticas inadequadas, provoca danos sociais.
A respeito de políticas desastrosas, chamou a atenção, no curso da semana, a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao diário inglês The Guardian. FHC propôs que seja feito aquilo que ele não quis fazer em dois mandatos presidenciais: a descriminalização do consumo de cocaína e maconha.
Quando presidente, FHC pediu regime de urgência ao Parlamento e sancionou lei a criminalizar e impor pena de prisão ao usuário. Nos estertores de seu mandato, publicou um arremedo de política sobre drogas, cópia carbonada da norte-americana. Sem ainda perceber que a questão, com relação ao usuário, é exclusivamente sociossanitária, FHC sustenta a descriminalização como alternativa ao fracasso da Guerra às Drogas. A descriminalização controlada era o discurso europeu progressista que FHC, no seu segundo mandato, tinha arrepios ao ouvir.
Incomodado com o prestígio internacional alcançado por Lu-la, o professor FHC criou a Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia. E escolheu a dedo os seus dois companheiros de direção, os ex-presidentes da Colômbia e do México, César Gaviria e Ernesto Zedillo.
Gaviria permitiu a consolidação do poder paralelo. No seu governo, Pablo Escobar gabava-se de haver dado emprego a 3 milhões de colombianos. Na “indústria da droga”, lógico. Gaviria entregou aos norte-americanos, que usaram como laranjas o Bloque de Búsqueda, a tarefa de resolver o problema Escobar. Logrou Gaviria mudar a Constituição para permitir a extradição de traficantes colombianos para os EUA, onde fazem acordos em troca de impunidade: confiram-se os Ochoa Vázquez.
À frente da OEA-Cicad (braço de drogas), Gaviria notabilizou-se pela omissão. Já o mexicano Zedillo cruzou os braços para a corrupção policial e assistiu à consolidação dos potentes cartéis mexicanos na fronteira com os EUA.
Pano Rápido. FHC, Gaviria e Zedillo são de comprovada cegueira sobre o tema das drogas. Mas, sem ruborizar, apresentam-se como guias.
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