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quinta-feira, abril 30, 2009
OS BANQUEIROS DE OLHOS AZUIS
Que me desculpem os tucanos ( e demo- pefelês ),mas a cada gesto ou palavra do nosso imprevisivel torneiro mecânico sem dedo e monoglota que choca o mundo, menos por soar ofensivo do que por oferecer a franqueza dura da verdade, não consigo deixar de pensar na humilação de FHC, o farol de Alexandria , que se orgulha de ter feito tanto para emfeitar a imagem de seu país aos olhos dos ricos do mundo. Essa reflexão é sugerida pela coluna bem humorada de Maureen Dowd, no"New York Times",sobre o desabafo de Lula contra os banqueiros ganaciosos de olhos azuis que criaram a atual crise mundial ( titulo:" Blue Eyed Geed?"). Referiu-se ainda ao ataque do império Murdoch de mídia ( "New York Post", "Fox News"), que chamava Saddam de "açougueiro de Bagdá e agora chama Lula de "Brazil nut" e "Lula lulu". Pobre FHC, deve estar corado de vergonha. É admirável o esforço de para vender um Brasil culto aos ricos e sofisticados, convencendo-os de que não samos bugres como eles imaginam. Não viveram aqui Villalobos, Machado, Drummond, Portinari e tantos outros? Não esguecendo do nosso grande arquiteto e centenario Oscar Niemeyer. E quantos paises tiveram a honra de eleger presidente um sociólogo Phd e tudo, ainda hoje ativo e faturando feitos acadêmicos , honorários ou não ? uma mudança de qualidade Era comovente, no passado recente, o esforço da precidência de FHC para paparicar a banda desenvolvida do mundo- como se isso nos tornasse parte dela, com nossa bagagem intelectual. Cinton conseguiu dele, pelo telefone, o contrato do Sirvam para a Raytheon. Bush não falava diretamente mas mandava bagrinhos tipos John Bolton exigir a cabeça de embaxadores como José Mauricio Bustani Uma vez, ao desembarcar nos EUA, FHC deparou com anúncio de página inteira da indústria farmacêutica no "Wall Steet journal" acusando o Brasil de "pirata de patentes". Prometeu dobrar o concresso e aprovar a lei exigida pela indústria. Cumpriu. Depois veio a onda de privatizações, uma orgia romana. E o que resultou de tantos agrados? elogios a ele na TV. De BarbaraWalters, Lou Dobbs, essa gente. Tem sido assim há décadas com governantes do que os EUA chamam de "países amigos" do continente. Hoje é diferente. O recado mudou. Pasamos dos agrados com lamúrias ao realismo da cobrança, em outro tom. Quando o país faz o dever de casa, pode falar grosso- e questionar. E se passou a exercer papel relevante em fóruns internacionais e sua liderança politica é respeitada, o quadro muda. Aqueles demônios da ganância A colunista contou mais histórias sarcásticas. Mas a reação dos leitores foi implacável. Suspeitei da cor dos olhos deles, já que foram levados a ver um racismo abjeto nas palavras de Lula. É uma referência aberta e direta à exprssão racista " demônio de olhos azuis". E ao dizê-lo ele sabia muito bem disso, esbravejou Katherine, de Atlanta, num commentário elogiado por maisa de 29 leitores . Havia muita irritção e mau humor nessa e em outras críticas ao suposto raçismo de Lula. Estranhei. Que diabo, essa mesma elite branca ( supostamente de olhos azuis inventou a campanha contra os odiados "politicamente corretos", horrorosamente favoráveis ao que é justo e honesto. Ela julga ter comquistado, entre outras coisas, o direito de usar expressões racistas ofencivas a negros, indios , asiáticos e minorias em geral. De qualquer forma, foi sensato comentário de B. Mull, da Cálifornia recomentado pelos editores do "Times" e por 184 leitores ( ate as 7 horas da noite de domingo): " Por que é tão engraçado um operário torneiro mecânico, ser presitente? Por que é tão divertido Lula disser o que bilhões de pessoas pensam hoje? Aposto que não ia parecer piada se parentes de vocês estivessem morrendo de cólera por que em Nova York um banqueiro irresponsável decidiu brincar de roleta e falir o país deles". Artigo puplicado no jornal "TRIBUNA DA IMPRESA' Argemiro Ferreira
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